2020 chegou e já dá para começar a traçar cenários de como será o mercado de TI ao longo do ano. Percebe-se quase que um padrão, indicando para a continuidade e amadurecimento de tendências que já se desenrolam há algum tempo. Basicamente, é possível identificar alguns vetores principais que afetarão de forma intensa tanto times quanto estratégias e infraestruturas de TI ao longo de 2020. Veja:
1. O imperativo da agilidade
Segundo especialistas, o momento é de acelerar estratégias, capacitar o time e buscar abordagens que garantam diferenciação em mercados altamente voláteis. O suporte a uma agenda de TI impulsionada pela inovação exigirá grandes transformações no ambiente de entrega de serviços e de aplicações. A recomendação dos especialistas aos líderes e tecnologia? Seja ágil, busque uma abordagem integrando metodologias ágeis com visão de longo prazo, e fique atento a exemplos replicáveis de fora de seu mercado e/ou país.
2. As nuvens e as bordas
A nuvem ainda vai ficar pairando sobre nossas cabeças por um longo tempo! O fato novo é que as clouds estarão mais e mais conectadas e interdependentes. Dados apontam que, até 2022, mais da metade das empresas latino-americanas lidarão com o gerenciamento de aplicações e dados ora em nuvens públicas ora em nuvens privadas ora em ambientes virtualizados, contêineres, Kubernetes, e até bare-metal.
Outro fenômeno dentro dessa mesma tendência é o peso da Edge Computing, que responderá por uma parcela significativa do ambiente de TI. Muita coisa será processada na borda e utilizará recursos de inteligência artificial e analytics, mandando para o data center apenas o que precisa ir para o data center. Há um impacto disso tanto na camada da aplicação quanto no dimensionando da rede e na arquitetura do centro de dados. Soluções para gerenciar multicloud suportadas por APIs e níveis elevados de automação que permitem ver toda arquitetura de maneira se tornam uma questão fundamental para o sucesso das estratégias de TI. Inclusive, fala-se cada vez mais na mensuração do desempenho da nuvem a partir métricas de negócio.
3. Inteligência das coisas
Chegou a hora da Inteligência Artificial (IA), a “próxima grande coisa” da tecnologia, que promete revolucionar praticamente tudo como conhecemos nos dias de hoje. Claro que ainda existe muito mais conversa do que fato em torno de IA/ML, mas os projetos começam a aparecer, melhorando aplicações e otimizando a interface das empresas com seus clientes. Nesse momento, se quiser aceitar um conselho, o mínimo que você deveria fazer é criar um grupo de discussão em sua empresa considerando times de negócios, operações, tecnologia para começar a mapear benefícios potenciais de soluções impulsionadas por IA.
4. Fábricas de inovação
Segundo especialistas, o número de aplicações e serviços desenvolvidos, implementados, aprimorados e gerenciados por cada empresa disparará. Até 2025, quase 50% das empresas da América Latina serão produtoras de software. Desse total, mais de 90% dos novos aplicativos criados serão nativos da nuvem. Isso muda alguns eixos e faz com que muitas consultorias sinalizem que praticamente toda organização se transformará em uma plataforma, agrupando todo um ecossistema de desenvolvedores, gerando sistemas que impactarão suas receitas.
Teve até um número apresentado pela IDC que anotei aqui, e veja se concorda: “Até 2023, 40% das mil maiores empresas da América Latina terão um ecossistema digital com milhares de desenvolvedores; metade dessas empresas gerará mais de 15% da receita digital por meio dessa plataforma/ecossistema”.
Legal, não? O que isso abre é uma porta gigantesca de oportunidade que precisará de um alicerce tecnológico muito bem pensado e organizado do ponto de vista de arquitetura. A TI desempenhará um papel no suporte a essa função de provedor de serviços digitais em expansão em todas as empresas.
Texto de Felipe Dreher
*Gerente de marketing para Data Center & Cloud, Cisco América Latina